SIMULADOR DE DIREÇÃO III - VAMOS APRENDER A DIRIGIR OU BRINCAR NO VIDEOGAME?

As primeiras evidências de um desenvolvimento mental normal não são mais que manifestações motoras. Durante toda primeira infância até os três anos a inteligência é a função a qual é imediata do desenvolvimento neuromuscular. Nessa etapa de desenvolvimento destacam-se algumas habilidades que devemos apreciar.
Coordenação dinâmica das mãos:
Interação dinâmica com o meio, neste caso os movimentos são específicos das mãos, presente nas atividades manuais como: escrever, pintar, desenhar, modelar.
Coordenação dinâmica geral:
Permite de forma econômica e eficaz os movimentos que interessam a vários segmentos corporais, implicados em um gesto ou uma atitude. Permite a aquisição de uma série de habilidades motoras cujo caráter é estritamente automático e nos quais os movimentos se adaptam grosso modo ao objeto.
1. A dificuldade de coordenação dinâmica global, apresenta em determinados casos, marcha desordenada, atabalhoada, salto sem programação espacial, sem alternância de pés para atividades dirigidas, desconhecimento de direita e esquerda em si, levando a uma não dominância definida para escrita.
Controle postural – equilíbrio:
É a base de toda a coordenação dinâmica geral, constitui o traço de união entre a consciência do próprio corpo e da ação, implica reflexão sobre si mesmo e a coordenação das ações num controle postural que não se pode desenvolver-se, organizar-se, estruturar-se, senão através da ação vivida. Capacidade de manter a estabilidade do corpo, mesmo que o centro de gravidade seja desviado com o objetivo de adaptar-se às necessidades, em situações de deslocamento ou não.
Controle Segmentar:
Permite e põe em evidência as possibilidades de independência dos braços em relação ao tronco, de controle dos diferentes segmentos e de controle emocional.
Organização do espaço:
É a tomada de consciência da situação das coisas entre si, a possibilidade para a pessoa organizar-se perante o mundo que a cerca, de organizar as coisas entre si, colocá-las no lugar, de movimentá-las. Toda percepção do mundo é uma percepção espacial na qual o corpo é o termo de referência.
“A estruturação espacial não se ensina, nem se aprende, descobre-se”. (Lapierre,1986).
No entanto, é necessário que o processo educativo leve em conta a evolução da estrutura progressiva da noção de espaço, a fim de poder proporcionar os meios e motivações mais eficazes para ajudar essa descoberta.
Estruturação Espaço-temporal:
É a capacidade de avaliar tempo-espaço, interagindo-os real e convencionalmente numa sucessão em grandeza espacial. Situar o próprio corpo no espaço, em relação a referenciais e obstáculos fixos e móveis. Uma boa orientação espaço-temporal depende de um bom esquema corporal é fundamental para a adequação de todos os movimentos de deslocamentos.
Observação da Lateralidade:
A lateralização participa em todos os níveis do desenvolvimento da criança. Ela só se instalará definitiva e eficazmente quando passar por todas as etapas do seu próprio desenvolvimento: a coordenação óculo-motora, porquanto constitui simultaneamente a organização de percepções de diferentes ordens (táteis e visuais), envolvendo tanto a estruturação espacial como a coordenação motora. É a capacidade motora de percepção integrada dos dois lados do corpo: direito e esquerdo.
A predominância de um dos lados do corpo se faz em função do hemisfério cerebral.
Os movimentos preferenciais de um dos lados de seu corpo determinam se o indivíduo é destro ou sinistro.
Definida a lateralidade a criança poderá aprender a orientação, seriação, precisão e ajustamento espaço-temporal. A lateralidade depende de fatores hereditários e de dominância espacial adquirida, mediatizados pela educação.
Portanto, pode-se concluir que a criança que possuir um bom controle motor, poderá explorar o mundo exterior, fazer experiências concretas, adquirir várias noções básicas para o próprio desenvolvimento da mente, o que permitirá tomar conhecimento de si mesmo e do mundo que a rodeia.
Concluímos aqui, ainda que de maneira resumida, a compreensão científica do desenvolvimento da psicomotricidade que permitirá a um indivíduo, para o resto de sua vida sadia e produtiva, realizar tarefas das mais diversas que exijam sua intervenção. Quanto mais rica for essa etapa de experimentações e aquisições de habilidades, maior será a sua capacidade de utilizar esses recursos em sua idade adulta. Não é comum vermos uma pessoa idosa aprender a dar cambalhotas aos 60 anos, presenciarmos  um  adulto de 40 anos aprendendo a andar para trás, ou mesmo um jovem de 12 anos dominando as técnicas de direção de um veículo motorizado.
Continuamos...


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