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Mostrando postagens de maio, 2010
ANDAR DE METRÔ UM SONHO DE CRIANÇA Todos nós temos um sonho de criança que fica em nossa lembrança. Crescemos, nos tornamos adultos, mas a vida reserva à maioria dos humanos, um desejo inacabado, interrompido, não realizado, especialmente em nossa infância, momento fértil de nossa imaginação onde tudo é possível. Em cada etapa da vida, um conjunto desses desejos se apresenta, solicitando satisfação, nossa busca, nossa irracionalidade, nosso instinto animal. Quando ainda pequeninos, não nos conformamos com a falta. Gritamos, berramos, nos esperneamos para conseguir a qualquer preço a satisfação de nossa vontade. Já mais crescidos, começamos a aprender a renunciar a tudo isso. Ficamos emburrados, carrancudos, nos isolamos no canto de nosso quarto. Nossa adolescência tenta retomar nossas reivindicações com uma grande dose de rebeldia e agressividade. Mas o tempo, silencioso, amaina nossos ímpetos mais fervorosos e, ao chegar da adultice, nos utilizamos da racionalização de nossas idéi

VOCE VAI MORRER NO TRÂNSITO?

VOCÊ VAI MORRER NO TRÂNSITO (?) Se essa pergunta, ou essa afirmação, fosse feita há apenas uns 20 anos atrás, provocaria até risadas na comunidade do trânsito (entenda comunidade como todas as pessoas que estejam transitando em qualquer lugar da cidade, em qualquer tempo, de alguma forma). Seria absurdo admitir a idéia de que, no trânsito, alguém imaginasse morrer. Ser atropelado nem tanto, mas também seria inadmissível! Acostumamos, a saber, de notícias de acidentes no trânsito que ocorrem nas estradas, nas rodovias, bem longe de nosso espaço cotidiano e, por esse motivo, entendemos que essas situações estão bem longe de nós, pertencem aos noticiários de televisão, de rádio e jornal. Em nosso inconsciente, formamos uma idéia imaginária de que jamais isso acontecerá conosco. Mas os acidentes estão se aproximando do nosso dia a dia, da cidade onde moramos, das avenidas e ruas de nosso bairro. Hoje, sabemos de acidentes sem a necessidade de nenhum veículo de informação notici

O METRO É UM DIREITO MEU!

Imagine você, morando numa cidade como Belo Horizonte, a cidade com o maior número de butecos do Brasil, com o segundo maior estádio coberto do Brasil, com as maiores jazidas de minério de ferro do país, com o 4º maior PIB entre os municipios brasileiros, com a 3ª maior população do país e a 7ª maior da America Latina, uma das cidades sede da Copa do Mundo de 2014 e que tem uma linha de metro de 28 km que transporta por dia, apenas 140 mil passageiros. É muita desproporção da grandeza da capital mineira para a timidez da extensão da linha do metro de BH. Até onde esse metro te incomoda?

VENDI MEU CARRO!

VENDI MEU CARRO! NOSSA, QUE ALÍVIO! NA VERDADE NÃO VENDI MEU CARRO, FIQUEI LIVRE DELE! DELE E DE TUDO O QUE ELE ESTAVA SIGNIFICANDO EM MINHA VIDA ATUAL. NÃO, NÃO VENDI PARA COMPRAR OUTRO NÃO, VENDI PARA MUDAR DE VIDA. LIVREI-ME DAS MÍDIAS DE COMPRA E VENDA DE VEÍCULOS QUE ATORMENTAVAM MEU UNIVERSO INTELECTUAL. AFINAL, PRECISAVA LER ALGO MAIS INTERESSANTE DO QUE ANÚNCIOS DE OFERTAS DE VEÍCULOS. CHEGUEI A FAZER UMA ASSINATURA ANUAL DE UM JORNAL DA CIDADE SÓ POR CAUSA DO CADERNO DE VEÍCULOS. QUE ABSURDO! ABANDONEI A LITERATURA, A POESIA, O ROMANCE, AS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS, A INFORMAÇÃO INTELIGENTE PARA ME PRENDER A ISSO! VENDI MEU CARRO E RECUPEREI MINHA LIBERDADE DE IR E VIR. HOJE, POSSO ESCOLHER ENTRE ANDAR A PÉ (JÁ PERDI MEUS PNEUZINHOS), PEGAR UM ÔNIBUS, CHAMAR UM TAXI, ESCOLHER UMA EMPRESA DE TURISMO PARA MINHAS VIAGENS. ESTACIONAMENTO? HÁ, HÁ, HÁ... ADEUS! O QUE GASTAVA COM ELE, ECONOMIZO NUMAS COMPRINHAS PARA MEUS GOSTOS QUE TANTAS VEZES ABANDONEI. IPVA, LICENCIAMENT

MARCAS NO ASFALTO

As marcas no asfalto saem com o tempo, A chuva lava, o vento seca, o sol as derrete. As marcas no asfalto se misturam com o tempo. Ontem, hoje, as de amanhã se confundirão, por serem tantas que a cada dia, terão uma história prá contar. As marcas no asfalto são silenciosas, pois guardam os gritos, os gemidos e o barulho das ferragens, passam desapercebidas, mostram o traçado de um uma história trágica e, escondem os personagens como que em sinal de respeito. Registram os últimos momentos de vidas que iam, que vinham, que tinham outros destinos em muitos outros traçados. As marcas no asfalto saem com o tempo, a chuva lava, o vento seca, o sol as derrete. Mas não se apagam do peito, da história das pessoas, da lápide dos inocentes, das vítimas dos inconseqüentes, do descaso das autoridades, do julgamento injusto, da memória de uma sociedade. As marcas não podem se apagar, nem com a chuva, nem com o vento, nem com o sol. Elas têm que permanecer denunciando, apontando os erros, delatando o