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Mostrando postagens de dezembro, 2014

VELOZES E FURIOSOS, CIDADES CADA VEZ MAIS VIOLENTAS E PERIGOSAS V

O que leva uma pessoa, inabilitada para dirigir um veículo automotor, a sair pelas ruas de uma cidade grande, em meio a um tráfego de veículos totalmente complexo, intenso, confuso e difícil de trafegar? A autoconfiança aliada ao sentimento de impunidade? A inconsequente ideia de que ninguém o deterá? A irresponsabilidade de uma mente doentia que sem o juízo de cidadania entende que pode fazer o que bem entender? O processo de habilitação para conduzir motocicleta é absurdamente deficitário em todas as suas etapas ou seja, o indivíduo adquire sua licença para dirigir totalmente despreparado para as exigências que a realidade do trânsito vai apresentar a ele. Por essa razão entende-se porque o acidente envolvendo motocicleta tem crescido assustadoramente em todo o país no mesmo ritmo das vendas desses veículos.  O pedestre é uma vítima em potencial dos condutores de motocicleta. A todo momento ele está vulnerável a um acidente, indefeso diante das manobras e da velocidade com que

VELOZES E FURIOSOS, TRANSITO NAS CIDADES CADA VEZ MAIS VIOLENTO E PERIGOSO IV

Aproxima-se o fim de mais um ano, e o que vemos nas grandes cidades é uma correria ainda mais acelerada que de costume. As pessoas imprimem um ritmo de deslocamento mais intenso, irritado, aflito. As trombadas são constantes e prevalece a lei do mais forte para estar à frente dos outros no trajeto dos passeios. Quando eles estão interrompidos pelo volume de pessoas, a rua torna-se a alternativa mais rápida, onde os veículos passam a ser os obstáculos a vencer, num balé perigoso e ousado entre os pedestres e os carros, embalados pela música estridente das buzinas, ao som das freadas e dos xingamentos entre todos.  As pessoas ficam tomadas pela velocidade, me parece ser pela pressa do inconsciente coletivo de empurrar o que resta do ano velho para que ele acabe logo. O novo sempre carrega consigo a chance de recomeçar, para aqueles que não conseguiram realizar muito no ano que se encerra e alimenta as expectativas de outros que anseiam por terminar logo o que já não tem mais jeito de

VELOZES E FURIOSOS, TRANSITO URBANO CADA VEZ MAIS VIOLENTO E PERIGOSO III

Quantas vezes você atravessa ruas em sua cidade todo dia?  Essa pergunta parece fácil de responder, porém tem um propósito de provocar  uma reflexão. Temos no Brasil uma estatística que aponta que de 2000 a  2010, mais de 107.000 pedestres morreram atropelados nas cidades brasileiras. Atenção, 107.000 pessoas MORRERAM atropeladas na última década no Brasil. Acompanhando essa somatória trágica, as estatísticas acrescentam que o veículo motocicleta foi o maior causador de atropelamentos nesta década. As internações hospitalares dos acidentados no trânsito por atropelamento superaram os números de 40.000, o que representou em termos financeiros, R$231.000.000,00 para os custos do SUS e uma ocupação acima de 60% dos seus leitos. As causas e consequências andam sorrateiramente de mãos dadas e a compreensão desse quadro persistente de mortalidade tem respostas diversas.  Atribuir ao pedestre toda a culpabilidade pelo acidente parece ser exagero. Dividi-la com o motorista pode ser razo