TEMPO QUENTE

Acompanhamos, à distância, os conflitos no Oriente Médio e temos, por um instante, um falso "conforto espiritual" que nos faz dizer sempre que "ainda bem que aqui no Brasil nós não temos guerra". Ledo engano! Temos sim, e, em particular, vou citar a nossa guerra no trânsito. Não, não vou falar de estatísticas, agora não. Vou falar dos conflitos que estão presentes no meio do trânsito que contém os mesmos elementos de uma guerra de armas e bombas. A incompreensão, o preconceito, a impaciência, a não aceitação do outro, a intolerância, a desigualdade, estão presentes tanto na guerra das armas como na guerra das ofensas. Uns, jogam bombas, outros destilam ódio para todos os lados, uns atiram balas, outros arremessam palavrões, uns invadem cidades, outros tomam o lugar do outro. O lugar comum da convivência toma a dimensão do espaço para ser conquistado e dominado, para discriminar e matar. As armas que estamos usando em nosso trânsito, são as mesmas que os combatentes estão utilizando, nesse instante, nas fronteiras do mundo afora. Elas estão dentro de nós, noa conduzindo ao confronto, noa arremessando contra todos, nos levando ao caos da nossa incapacidade de aceitar que precisamos conviver em igualdade. A pior guerra

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