CELULAR NO TRÂNSITO, PROBLEMA MAIOR DO QUE O ÁLCOOL
Ainda não temos dados e estatísticas a respeito dos danos causados pelo uso do aparelho celular ao nosso trânsito, mas podemos constatar com nossos próprios olhos, no dia a dia, a absurda utilização desse aparelho em todas as situações imagináveis. O celular está presente na locomoção e travessia do pedestre seja na faixa de segurança ou em outro local da via, dentro do capacete dos motociclistas, nas mãos dos motoristas de carros particulares, táxis, ônibus,vans escolares, caminhões, ciclistas e carroceiros. No trânsito dos pedestres, os mesmos vem utilizando o celular de maneira totalmente inadivertida, dando a entender que estando falando ao aparelho, têem prioridade na travessia com o sinal em qualquer situação de preferência. Sequer olham para o lado, pois o pescoço fica rígido e mal se inclinam para conferir se vem algum veículo. Estamos na iminência de um aumento no número de atropelamentos que poderão ser prejudiciais ao convívio urbano. Na direção das motocicletas, o que verificamos é que o motociclista grita ao falar ao celular, sua voz ecoa dentro do capacete e ele se confunde na mudança e aceleração de seu veículo, mudando a direção de seu trajeto e se irritando com a aproximação dos outros veículos. Temos observado colisões entre motociclistas e a estatística de acidentes aponta os trágicos resultados. Entre os motoristas de veículos particulares, tornou-se hábito frequente, principalmente entre as mulheres, que adotaram esse procedimento, incorporando-o de tal maneira que está difícil encontrar alguma motorista que não esteja falando ao celular. Os motorista de ônibus e caminhões também incorporaram o uso do aparelho como parte integrante de seu trabalho, tendo que prestar informações solicitadas pelas suas empresas a todo momento. Os motoristas das vans escolares, transportando nossos filhos, comunicam-se freneticamente ao telefone para não se atrasarem com seus compromissos. Enfim, configurou-se um quadro de grave infração e de altíssimo risco para a segurança de todos. E, mais uma vez, lamentavelmente não presenciamos nenhuma medida de fiscalização por parte do gerenciamento de trânsito em Belo Horizonte. Entendo temos uma gravidade maior do que o uso de bebida alcoólica na direção, pois o uso do aparelho celular durante o exercício da direção veicular compromete profundamente os componentes da atenção e da vigilia, alterando os sentidos necessários para a habilidade e o reflexo nesse trânsito totalmente imprevisível e impiedoso. A distração causada pelo celular no meio do trânsito já está provocando acidentes e, a continuar como está, será um problema ainda maior do que a bebida. A dependência já se instalou nos motoristas e pedestres. Daqui em diante, começaremos a contar os prejuízos.
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