EPIDEMIA DO CELULAR III
Como já disse anteriormente, para quem não leu, considero o celular mais danoso no trânsito do que o álcool. Pelo menos em relação ao álcool, providências têm sido tomadas para que sejam coibidos os motoristas de cometerem absurda conduta. A tendência é a de que diminua progressiva e permamentemente a estatística de acidentes de trânsito envolvendo motoristas alcoolizados, por todas as medidas finalmente tomadas de verificação da embriaguez por métodos diversos que não tão somente o famigerado "bafômetro" que o "jeitinho brasileiro" reduziu a uma inútil ferramenta que se prestou a servir de nada para a autuação policial. Veremos, nesse período carnavalesco de 2013, como a fiscalização adotará as novas medidas e, esperamos que as autoridades policiais estejam devidamente treinadas e preparadas para as novas abordagens. Porém, no que diz respeito ao celular, teremos que apressar nossas leis para atualizar o quanto antes, as normas de conduta e uso do celular no trânsito, seja pelo motorista que o utiliza em pleno curso de sua direção, seja para o pedestre que perambula inadivertidamente pelas ruas e avenidas da cidade. Há uma crescente utilização irresponsável do uso do celular por motoristas de todas as categorias, caminhões, ônibus, vans escolares, ambulâncias, veículos policiais, motociclistas e ciclistas, pedestres. Digo irresponsável porque a utilização do aparelho nas vias de trânsito afeta diretamente a segurança de todos. Estudos científicos já comprovaram os efeitos negativos do seu uso no desempenho sensorial e motor, quando associados a outras tarefas de exigências iguais ou semelhantes sendo executadas no mesmo instante. Dirigir no trânsito, exige uma exclusividade de sentidos para a tarefa de condução veicular que não podem ser compartilhadas com o uso dessa tecnologia que, comparada à dependência química do álcool, tem um potencial muito próximo. Estamos caminhando rapidamente para a construção de uma estatística de acidentes pelo uso de aparelhos celulares que, se não for normatizada e fiscalizada com rigor, criará raizes de difícil controle social. Os pedestres também se incluem nessa linha de controle, componentes que são do transitar, por estarem utilizando inadvertida e irresponsavelmente os aparelhos ao transitar fora da faixa e, mesmo dentro dela, numa postura de abuso do direito de travessia, irritando os motoristas que têm que esperar passivamente mais do que o tempo necessário pelo fato do pedestre estar atravessando a faixa conversando distraido e folgadamente no percurso, pouco se importando com a demora que está causando. As travessias com o celular ao ouvido estão cada vez mais sendo feitas em qualquer lugar, nas esquinas, no meio das ruas, com o semáforo de pedestre no vermelho, tamanha a interferência causada nos sentidos da atenção, da visão, audição e nos julgamentos precipitados de raciocínio. Já estamos vivenciando os conflitos ocasionados por este uso inadequado do celular no trânsito, onde as pessoas se confrontam a todo momento, tornando a qualidade de vida nesse contexto de convívio pior do que já é.
Comentários
Postar um comentário