EPIDEMIA DO CELULAR IX O MOTOQUEIRO
O capacete é um acessório de uso obrigatório na condução de veículo automotor, onde o motociclista tem que utilizá-lo para a sua segurança na eventualidade de um acidente de trânsito. Caso esteja com mais um ocupante em sua motocicleta, o mesmo também terá que utilizar esse equipamento de proteção. Desde sua obrigatoriedade, percebemos um número bastante reduzido de infratores que contrariam essa norma que foi bem incorporada e assimilada. Porém essa assimilação é compreendida dentro de uma particularidade voltada para tornar sua identidade oculta, enquanto puder, na medida em que ele infringe uma lei ou regra de trânsito. Cada vez mais, vemos indivíduos cometendo crimes no trânsito, utilizando o capacete como alternativa para manter oculta a sua identificação. Mais ainda do que isso, o capacete passou a ter outra utilidade. Assim como o "orelhão" contém em seu interior o aparelho telefônico, o motociclista incorporou o aparelho celular no interior de seu capacete, resolvendo outro problema de infração de trânsito na medida em que oculta o aparelho entre sua cabeça e o capacete. A todo instante nos deparamos com motociclistas que guiam suas motos pelas ruas falando alto e consertando o aparelho que muitas vezes teima em escorregar por entre o capacete e a cabeça. Essa incorporação do aparelho celular dentro do capacete permite que as mãos do motociclista permaneçam guiando a moto enquanto ele conversa. O fato curioso é que assim agindo, o motociclista burla a fiscalização de trânsito, divide o conjunto da atenção que necessitaria dispor para a direção veicular segura e fica vulnerável a um comportamento emocional que tenderá a refletir a natureza de sua conversação. Se for uma conversa conflitiva, tenderá a adotar comportamentos agressivos no trânsito, se for uma conversa de caráter preocupante, tenderá a ficar ainda mais desatento na sua condução e, assim por diante. O domínio que o aparelho celular estabelece, impõe ao indivíduo, desde quado ele toca é muito forte, esteja ele à pé ou dirigindo um veículo. Imaginem a um motociclista. Alguns querem agilizar o seu uso e mantém o aparelho dentro do capacete. Outros o guardam no bolso e quando ele toca. enfiam pela viseira ou pelo pescoço até aos ouvidos. Até onde a incorporação do celular no trânsito vai chegar? Aonde mais enfiarão?
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