A FAIXA DE GAZA, OU MELHOR DE PEDESTRE IV
Acentuam-se cada vez mais, os
conflitos entre motoristas e pedestres na faixa de travessia de nossas ruas e
avenidas. Área destinada a servir como prioridade de passagem, a comunidade do
trânsito não se entende quanto à vez do direito, do bom senso e do conhecimento
das leis de trânsito. Os xingamentos, palavrões, insultos, gestos obscenos e
agressões de toda ordem estão presentes o tempo todo na rotina das travessias.
Quando o veículo reduz a velocidade, o pedestre não atravessa, quando quer
atravessar o veículo não para. Quando o sinal está fechado para o pedestre ele
quer atravessar, quando abre o veículo tem que esperar. A faixa de travessia
torna-se portanto, o local marcado para os desafios. É o local onde o
desconhecimento das regras de trânsito determina o grau de combate entre as
pessoas. Presenciamos pedestres parados ao meio fio falando ao telefone celular
confundindo os veículos que trafegam quanto à decisão de atravessar ou não
naquele momento. Outras vezes, os pedestres atravessam a faixa falando ao
aparelho sem sequer importar-se com a presença de algum veículo. Noutras, são
os veículos que não priorizam a travessia destes, entendendo que a vez da
travessia os pertence. Crianças nas saídas de suas escolas, idosos no trajeto
moroso e frágil, adultos afoitos e estressados, motoristas apressados e
dominadores, inabilitados e embriagados
são alguns dos personagens que compõem esse universo de embate na faixa
de travessia. Uma guerra de incompreensão e ignorância, de ausência de
cidadania e civilidade. As pedras? Não demoram a ser atiradas como meio de defesa e ataque, tal e qual entre os homens do início de nossa
civilização. A evolução da humanidade merece uma releitura.
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