CELULAR, EPIDEMIA 2º CAPITULO

O uso abusivo e vicioso do celular nas vias de trânsito continuam fazendo vítimas e causando conflitos de toda ordem. As pessoas, tomadas pelo instinto disparado pelo som da chamada (cada uma mais estridente e de mal gosto do que a outra), interrompem qualquer tarefa (a mais importante que estiverem fazendo) para levar ao ouvido o aparelho que conecta o homem com o mundo e desconecta-o do seu  redor. Eis ai o problema que se alastra. Toda a comunidade do trânsito, pedestre, ciclista, motociclista, motorista de veículo de passeio, de táxi, de ônibus, de caminhão, de van escolar, de viaturas públicas (todas) param ao toque de seus celulares e se desconectam do seu transitar. Ao seu redor tudo fica em segundo plano, desimportante e sem controle, ameaçando a tudo e a todos num trafegar perigoso e de consequências inimagináveis. São pedestres atravesando ruas sem olhar para o lado, são motoristas em alta velocidade trabalhando em situações de socorro com o celular numa mão e a outra no volante, são motoristas profissionais falando despreocupada e sorridentemente, desconsiderando prioridades e regras de trânsito, são motociclistas e ciclistas com aparelhos celulares dentro do capacete, num diálogo ensurdecedor que ecoa entre o cérebro e o metal ziguezagueando entre veículos e pessoas, num trafegar imprevisível e irresponsável. Mais do que o efeito do álcool, o efeito celular precisa ser visto urgentemente pelas autoridades como uma epidemia de grave dano à sociedade. Devemos priorizar desde já os estudos e as normatizações para o uso do celular no contexto do trânsito, pois já  nos tornarmos vítimas de outro componente danoso à segurança e educação no trânsito.

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